Regiane Moreira: É para se sentir culpada?

Meu filho Theo, de apenas um ano e sete meses, teve férias da escola por 15 dias. Nesse período, o meu horário de trabalho foi alterado em função das férias de uma colega. Por causa disso, esses foram os dias que fiquei mais distante dele. Enquanto muitos pais aproveitam para viajar com os filhos ou passear com os pequenos após a saída do colégio, o meu entrava às oito da manhã na escola e só saía às seis e meia da noite, quando meu marido o buscava. Detalhe: ele ficava até às oito, na porta do meu trabalho, esperando o fim do meu expediente.

Alguns dias o encontrava alegre, comendo pipoca e brincando com a meninada que aparecia para assistir a alguma peça no Teatro Alterosa. Mas, na maioria das vezes, o meu garotinho estava dormindo na cadeirinha. Oh, dó!

Confesso, meu coração doía muito! Afinal, as férias estão acabando agora e ele não fez nada diferente comigo e com o meu marido. Tudo bem que na colônia de férias da escola ele se divertiu com os amiguinhos, foi ao zoológico pela primeira vez, ao cinema pela primeira vez também... Mas a gente sempre fica com aquele sentimento de culpa. Será que estamos dando mais atenção ao trabalho que aos nossos filhos? Na minha vida, a família é prioridade! Mas, agora que um novo filho está a caminho, fico pensando o que vou fazer quando essa mesma situação se repetir. O que vou fazer nos meus sábados de plantão? Atualmente minha sogra cuida do Theo, mas ela não tem condições de cuidar de dois. O que vai ser daqui pra frente...? É pra se sentir culpada? Acredito que não. É pra ter forças, fé e esperança que tudo vai se ajeitar!