quarta-feira, 6 de abril de 2011

Uma dor que não passa

Hoje faz dois meses que minha vó querida se foi. Ainda é tão difícil e não sei quando essa dor vai passar. Evito ficar pensando nela, ver as fotos... Dói muito! Incrível como sofremos com a única certeza que temos na vida - nós vamos morrer e também perder todos aqueles que amamos... Escreve esse texto olhando para a foto dele com uma mensagem, escrita por mim, e que eu li na missa de sétimo dia.

Não sou católica, mas meus tios fizeram questão e eu não vi problema nisso. Foi muito difícil aquele momento. Chorei durante toda a cerimônia e não sei de onde encontrei forças para ler a mensagem no fim da pregação. No fundo, sei que foi melhor para ela que estava sofrendo tanto e para a família que sofria junto. Graças a Deus aproveitei demais essa avó maravilhosa.... E agradeço muito por, até os meus 31 anos de vida, ter tido os meus 4 avós. Obrigada, Senhor!




Esse foi um desabafo no dia da morte da minha avó


Vó Dalila se foi hoje, aos 83 anos. Nem sei como vão ser os próximos dias da minha vida sem essa mulher forte que sempre foi tudo para mim e meus irmãos. Desde bem novos passávamos as férias inteirinhas na casa dela. Todos os fins de semana eram lá também. E o Natal por lá era a coisa mais gostosa do mundo.

Minha avó sempre adorou casa cheia, muita comida na mesa... Todo domingo tinha que ter maionese, frango com quiabo e macarronada - tudo junto! Ah... Ela sempre passava com um pratinho de frango frito para servir novamente e ficava muito chateada se a gente recusasse. Desde 1980 que ela lutava contra vários problemas de saúde, mas agora não teve mais jeito. Ela estava sofrendo demais. Chegou a ficar dois meses internada. Cada vez que ela recebia alta eu ficava muito feliz, mas a notícia de uma nova internação deixava meu coração apreensivo. 

Fiquei ao lado dela o quanto pude. Eu a vi sofrendo demais em casa e no hospital. Mas também a vi alegre, brincalhona... E são esses momentos que vão ficar na minha memória. Ela adorava esmalte vermelho e, mesmo no hospital, fiz as unhas dela umas três vezes - sempre de vermelho! Domingo passado ela estava assistindo ao jogo do Cruzeiro quando cheguei ao hospital. Nas mãos dela, uma toalha com a marca do time do coração. É claro que vibramos juntas! Quando fui embora ela brincou comigo dizendo que a visita tinha sido de médico! Ela estava tão animada que me encheu de esperança. 

Na quinta, ela já estava em casa, mas a encontrei abatida demais. Apesar disso, conversamos sobre o passado, a vida dela na roça, o cavalo que tinha, como ela abatia os animais.. Depois, a pressão dela subiu muito e ela teve que ser levada para o hospital de onde está saindo sem vida. No carro, dei um beijo na testa dela - e foi o último. No meu coração estão inúmeras memórias dos bons momentos que passamos juntas. No meu computador estão as fotos, para eu ver quando estiver com saudades.... Ela precisava descansar... Vó Dalila, eu te amarei para sempre! ... Sua neta mais velha, Regiane!

2 comentários:

  1. Você me faz chorar com os seus posts, menina!
    Nem sei em qual comentar, pois todos têm um impacto direto com a minha vida, minhas histórias!

    Regiane, somos jornalistas, contamos histórias reais, não é mesmo? Mas você não sabe o bem que faz ao contar as suas próprias histórias. Hoje, talvez o sucesso seja um fato. Antes, o contentamento com as bolsas de 250 e 300 reais era o fato máximo. Querida, Deus preparou tudinho pra você, viu?!

    Não a conheço pessoalmente, mas tenho muito prazer em tê-la por "perto". Você é meu grande exemplo.

    Que sua linda vozinha esteja nos braços do Senhor neste momento! Fique em paz, tá?
    Eu queria muito me corresponder com você. Se sentir no coração, por favor, me mande um email; pri.jor@hotmail.com

    Forte abraço, Regiane!

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  2. Que mensagem linda, Priscila. É claro que quero conversar mais com vc. O meu email é regianejornalista@yahoo.com.br. Fique com Deus!

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